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Stand: 12. August 2005
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Alexander von Humboldt

Archiv 2000

 

1998 | 1999 | 2000 | 2001 | 2002 | 2003

 

EXPEDIÇÃO HUMBOLDT - AMAZÔNIA 2000

 

  • Expedição científica e intercâmbio cultural entre Brasil e Venezuela
  • Esino, pesquisa e extensão universitária nos rios Amazonas, Negro e Orinoco
  • Viagem do Caribe ao Atlântico através do Canal do Cassiquiare e de 5 mil quilômetros de floresta amazônica.

 

UNIVERSIDADE DE BRASILIA

Coordenadores:

Professores Cezar Martins de Sá e Victor Leonardi

 

Amazônia no ano 2000: documentação e informação

 

1. 0 Canal do Cassiquiare

As duas maiores bacias hidrográficas da Amazônia - a do Amazonas e a do Orinoco -comunicam-se atraves de um canal natural chamado Canal do Cassiquiare. Gracas a ele a navegação fluvial e possivel entre o Brasil e a Venezuela, no trecho São Gabriel-Puerto Ayacucho, podendo-se obter, nessas localidades, respectivamente, conexão para o delta do Amazonas, em terras brasileiras, ou para o delta do Orinoco, em terras venezuelanas. Em outras palavras, embora não haja navegação regulár, e pouca gente tenha feito esse imenso percurso, e perfeitamente possivel sair do Caribe e chegar ao Oceano Atlántico atraves de rios amazônicos. São mais de 5 mil quilômetros de rios navegáveis - Orinoco, Negro e Amazonas -, formando uma via aquática que ja está pronta, embora muito pouco utilizada por brasileiros e venezuelanos.

Zona de fronteira entre as antigas possessões espanholas e portuguesas na America do Sul, o Canal do Cassiquiare foi descoberto por um jesuita, o padre Roman, em 1744.

 

2. Relações Brasil - Venezuela

0 Brasil tem intensificado muito suas relações com a Venezuela nos Ultimos anos. 0 comercio entre os dois paises tem se desenvolvido e tambem a cooperação intemacional. A estrada Manaus-Boa Vista-Caracas ja está toda asfaltada e dentro em breve a Venezuela estará fomecendo energia eletrica para a Roraima. No piano cientifico, ja ha intercámbio antigo entre o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia e instituições similares da Venezuela. Por outro lado, a criação da Unamaz (associação de universidades dos paises amazônicos) deu condições para que professores e cientistas dos dois paises desenvolvam projetos com maior regularidade. A Universidade de Brasilia faz parte da Unamaz desde 1995. Como ja foram feitas várias reuniões de chefes de Estado visando a criação do Merconorte - que reagrupará, num primeiro momento, a Venezuela, o Brasil e a Guiana -, a UnB, como universidade federal da capital brasileira, decidiu contribuir para a aproximação cientifica e cultural Brasil/Venezuela, organizando, por ocasião das comemorações do 5° centenário da viagem de Pedro Alvares Cabral, uma expedição cientifica a essas vastas regiões amazônicas que servem de fronteira entre os dois paises.

 

3. Humboldt e a Expedicão da UnB

Partindo do delta do Orinoco, na Venezuela, a expedição irá inicialmente refazer o percurso feito por Alexander von Humboldt em 1799. Humboldt foi um dos maiores cientistas de seu tempo - amigo de Goethe, de Laplace e de Gay-Lussac, e colega do brasileiro Jose de Bonifácio de Andrada e Silva (o Patriarca da Independencia) na Escola de Minas de Freiburg-, por isso o escolhemos como patrono desta expedição da UnB. Em companhia do botánico Aime Bompland, Humboldt chegou á Venezuela em julho de 1799 e imediatamente saiu em busca de um rio ou canal que unisse as bacias do Orinoco e do Amazonas.

Depois de ter encontrado e estudado esse canal - o Canal do Cassiquiare -, Humboldt, ja na fronteira do Brasil, não pôde prosseguir sua viagem pois as autoridades luso-brasileiras da epoca negaram-ihe autorização. Essa foi uma das maiores gafes da história da ciencia e o Brasil precisa hoje resgatar essa divida para com a memória do grande viajante e naturalista alemão. Na epoca o Brasil ainda era colônia de Portugal e a proibição partiu do govemador do Para, ao quál estavam subordinadas as terras que hoje pertencem ao Estado do Amazonas. Não podendo concluir a expedição que havia planejado - do Caribe ao Atlántico por rios amazônicos -, Humboldt não chegou a conhecer o Brasil.

Outros viajantes ilustres estiveram na Amazônia no seculo XVIII, entre eles La Condamine, Giuseppe Antonio Landi e Alexandre Rodrigpes Ferreira, mas mesmo assim a perda foi grande: a Amazônia deixou de ser estudada por um dos cientistas mais competentes daquela epoca. Humboldt deixou ensaios e relatos memoráveis sobre áreas sul-americanas que hoje pertencem à Venezuela, à Colômbia, ao Equador e ao Peru. Esteve em Cuba e foi recebido nos Estados Unidos por Thomas Jefferson. So não póde estudar o Brasil, por proibição de um govemador cujo nome hoje em dia ninguem mais se lembra.

Ao escolher Humboldt como patrono desta expedição, a Universidade de Brasilia estará reafirmando. assim, como homenagem ao grande naturalista alemão, seu compromisso com a pesquisa, com a cultura e com as liberdades democráticas, que incluem esse direito que tem os homens de ciencia de poderem viajar e se comunicar com colegas para alem das fronteiras nacionais. A Unamaz, á quál a UnB pertence, surgiu exatamente para isso. No próximo ano - o ano de 1999 -, 2° centenário da viagem de Humboldt pela Amazônia venezuelana, a UnB, por meio de seus cientistas e historiadores, estará refazendo o percurso de Humboldt e concluindo o trecho que ele não póde concluir ha 200 anos: iremos do Caribe ao Atlántico em 1999 para poder apresentar, no ano 2000, uma boa contribuição cientifica e cultural as comemorações do 5° centenário do inicio de nossa formação como pais.

 

4. Caráter multidisciplinar da expedição

Alem de suas contribuições para a História, a Arqueologia e a Etnografia, Humboldt deixou ensaios de Fitogeografia, Zoologia e Geologia: foi o primeiro a usar isotermas para representar regiões de temperaturas iguais; o primeiro a demonstrar a diminuição de intensidade magnetica do pólo ao equador; foi grande estudioso das camadas da terra, do vulcanismo e das correntes maritimas; deixou relatos insubstituiveis para o estudo da Amazônia venezuelana no final do seculo XVIII, com observações acuradas a respeito de povos indigenas, meio ambiente e história das populações ribeirinhas.

Uma expedição que tem Humboldt como patrono deve tambem ter um caráter multidisciplinar. Por isso a UnB escolheu 12 pesquisadores de áreas academicas diferentes, para a composição da equipe permanente da Expedicão Humboldt: um biólogo, um ecologista, um botánico, um zoólogo, um geógrafo, um geólogo, um engenheiro florestal, um antropólogo, um historiador, um especialista em proteção ambiental, um especialista em politica indigenista, um profissional da área de saúde pública e doenças tropicais.

Participarão tambem da expedição, em alguns trechos da mesma - na qualidade de cientistas convidados -, especialistas de outras instituições, entre elas a Universidade do Amazonas, a Universidade de Paris e o IVIC (Institute Venezolano de Investigaciones Cientificas).

Alem dos cientistas, tambem participarão da expedição: l indio e l ribeirinho com experiencia em atividades de pesca, agricultura de subsistencia e extrativismo.

Finalmente, a expedição terá tambem em sua equipe: l fotógrafo, l desenhista, 2 video makers e uma pedagoga com experiencia em artes visuais, que será encarregada do banco de imagens, da organização da exposição fotográfica, da documentação em video e da parte imágetica dos livros que serão editados, prestando ainda consultoria para os organizadores dos dois cursos de extensão que serão oferecidos no decorrer da expedição.

 

5. Produtos finais

- Edição pela primeira vez em lingua portuguesa do livro de Humboldt sobre a Amazônia venezuelana, com introdução e notas explicativas.

- Edição de um livro de 360 páginas intitulado Expedicão Humboldt - Amazônia 2000, contendo 12 ensaios de 30 páginas cada um, escritos pelos cientistas que participaram da expedição, cada um deles escrevendo sobre sua respectiva especialidade: botánica, zoologia, ecologia, biologia molecular, geologia, engenharia florestal, antropologia, história, geografia, saúde, politica indigenista e educação ambiental. 0 livro será ilustrado com alguns dos desenhos feitos pelo desenhista que participará da expedição. Duzentos exemplares do livro serão depositados gratuitamente nas principais bibliotecas públicas e universitárias do Brasil. A tiragem prevista e de 5 mil exemplares.

- Um video de 56 minutos sobre temas amazônicos, contendo entrevistas com os 12 pesquisadores, com os cientistas convidados, ribeirinhos, seringueiros, pescadores, indios, prefeitos municipais, professores do interior da Amazônia etc, para divulgação em salas de aula, congressos universitários e canais de televisão do Brasil, Venezuela, Alemanha e outros paises interessados.

- Documentação em video que ficará depositado no banco de imagens do CPCE/UnB para utilização em futuros trabalhos.

- Exposição de fotografias e desenhos intitulada Expedição Humboldt - Amazônia 2000, que circulará pelas principais cidades brasileiras como contribuição da Universidade de Brasilia para as comemorações dos 500 anos do Brasil.

 

6. Autonomia e coordenação

Em seu campo academico especifico cada membro da expedição gozará da mais absoluta autonomia para organizar suas pesquisas e horários de estudo. Em contrapartida, assumirá o compromisso de entregar seu texto, para publicação, noventa dias após o termino da expedição.

Os coordenadores respeitarão essa autonomia de cada pesquisador mas suas decisões deverão ser acatadas por todos pois a eles compete: o planejamento geral das atividades cientificas da expedição; a fixação de datas e prazos para os cursos de extensão; a organização dos livros, da exposição fotográfica, da exposição de desenhos e do video-documentário; o relacionamento direto com as instituições venezuelanas e brasileiras convidadas; atualização permanente de uma homepage na Internet, intitulada Expedição Humboldt-Amazônia 2000.

Como a equipe e muldisciplinar, serão necessários dois coordenadores: um para a área de ciencias humanas, documentação, fotografia, desenho, video e atividades culturais em geral; outro para as ciencias biológicas, ecologia, saúde, geologia e engenharia florestal.

Os coordenadores das atividades cientificas trabalharão em conjunto com o responsável pela logistica e organização material das atividades a bordo, o quál se encarregará de assuntos relacionados com alimentação, segurança na navegação, primeiros socorros, conservação e abastecimento dos motores de popa, sobrevivencia na seiva etc. Este responsável pela logistica, por sua vez, manterá o contato entre a coordenação cientifica e o capitão do barco.

 

7. Os barcos e as tripulações

Devido as cachoeiras de Puerto Ayacucho (Venezuela) e São Gabriel (Brasil), e necessário alugar tres barcos diferentes: um para o trecho que vai do delta do Orinoco ate Puerto Ayacucho; outro para o trecho Puerto Ayacucho-São Gabriel; e um terceiro para o trecho, bem mais longo, que vai de São Gabriel ate Belem do Para.

Os barcos deverão ter no minimo 20 metros de comprimento e pontal de 1,60 m, com potencia de 400 cavalos. Recomenda-se que a tripulacão seja a do próprio barco. Como cada pesquisador levará consigo livros, equipamentos e material de pesquisa da UnB, e necessário que os barcos disponham de sala de estudo protegida das chuvas.

As pessoas dormirão a bordo, em redes, terão 3 refeições por dia, em horários determinados, água mineral e refrigerantes em quantidade suficiente. Todos serão previamente informados a respeito das vacinas obrigatórias (febre amarela, cólera, tetano).

A tripulacão de cada barco será no minimo de 7 pessoas: l comandante, l prático, 2 marinheiros de conves, l marinheiro de máquinas, l cozinheiro, l taifeiro.

Os barcos deverão trazer consigo tres botes com motor de popa, sendo um de 25 e dois de 15 cavalos. Nesses botes, os pesquisadores farão pequenas viagens pelos igarapes, igapós e lagos adjacentes aos rios pelos quais passará a expedição.

 

8. Escalas e estilo de vida a bordo

0 percurso será feito com interrupções diárias, para coleta de material e pesquisas no entomo. Alem disso, algumas escalas maiores ja podem ser previstas: em Tucupita, para fotografar e filmar o Delta Amacuro e seus canais; em Ciudad Bolivar; em Puerto Ayacucho; em Matanzas, Boca Grande e El Jobal; em povoações ribeirinhas dos afluentes navegáveis do Orinoco (Guaviare, Meta, Apure, Arauca); nos llanos do Orinoco; em San Carlos de Rio Negro, para estudo do local onde Humboldt morou; na reserva da biosfera Alto Orinoco-Cassiquiare; em aldeias Yanomami, localizadas na RBAOC; no Parque Nacional do Pico da Neblina; em São Gabriel da Cachoeira e Itacoatiara, para a realizacão de cursos de extensão; no Parque Nacional do Jaú; em Barcelos, para a questão do peixe ornamental do rio Jufari e outros; em Faro, para observação do baixo rio Nhamundá; viagem pelo rio Madeira ate a cidade de Borba para diagnóstico das condições atuais dessa hidrovia utilizada na exportação de grãos de Rondônia para o Caribe; em Oriximiná, para viagem ate antigos quilombos do rio Trombetas e aldeia de indios Wai-Wai no rio Mapuera; no Porto Trombetas, para estudo da mineração de bauxita; em Obidos e Santarem, para viagem pelo rio Tapajós ate os garimpos de ouro da região de Itaituba; viagem à cidade de Laranjal do Jari, no rio Jari, para o estudo do impacto do surgimento de novas cidades no interior da Amazônia; em Macapá, para viagem a ilhas do delta do Amazonas; viagem ao Oiapoque para estudo do processo de ocupação da fronteira norte e da emigração de brasileiros para a Guiana Francesa e o Suriname; no interior do Marajó, para entrevistar arqueólogo do Museu Goeldi em sitios ligados à pre-história da Amazônia. Em cada escala os pesquisadores terão algum tempo livre para recreação e descanso. A bordo o comportamento será sempre compativel com a disciplina academica que conhecemos na UnB.

 

 

9. Duração da viagem e datas previstas

Os participantes deverão se encontrar em Caracas no dia 20 de maio de 1999. Um mes antes ja estarão participando de atividades preparatórias na UnB. 0 percurso todo será efetuado em cerca de 3 meses, com chegada a Macapá e Belem por volta do dia 20 de agosto. Os tres meses seguintes de trabalho serão dedicados aos produtos finais, a saber: livro com 12 artigos cientificos; palestras; edicão de l video-documentário sobre temas amazônicos; exposição fotográfica e de desenhos. Em principio os membros permanentes da expedição deverão ser liberados de atividades docentes na UnB no 1° semestre de 1999. Essas datas previstas poderão sofrer ligeiras modificacões dado o caráter imprevisivel da expedição em alguns trechos pouco habitados da floresta amazônica entre San Femando de Atabapo (Venezuela) e Cucui (Brasil). Os dois coordenadores começarão a preparar a expedição no dia 1° de agosto de 1998, no Decanato de Extensão da UnB.

 

10. Divulgação e contato com a midia

Será montado um sistema de comunicação social para a expedição desde os meses que antecedem o seu inicio. A UnB manterá assessoria de imprensa encarregada da divuigação permanente dos resultados e andamento da expedição na imprensa brasileira: jomais, revistas, rádio e televisão. Uma conexão on-line, via satelite desde o barco, será mantida com os órgãos de imprensa interessados no acompanhamento da viagem. Via rádio, serão passados infórmes e entrevistas que servirão para informar as populacões ribeirinhas atraves de emissoras com penetração na região. Pode-se mesmo prever a abertura para a imprensa no barco nos Ultimos dias da expedição, para que reportagens e entrevistas sejam realizadas a bordo. 0 projeto Expedicão Humboldt tambem poderá ser acompanhado numa homepage na Internet. Contatos estão sendo feitos visando a imprensa intemacional, especialmente a alemá, para a divulgação da expedição em escala mundial.

 

11. Cursos de extensão

A UnB assinou convenio com a Universidade do Amazonas (UA) em 1995, no mesmo ano em que entrou para a Unamaz. De lá para cá ja foi executado um projeto de pesquisa conjunto, envolvendo professor do Departamento de História da UnB e o Museu Amazônico, da UA. Esse projeto trouxe para o CEDOC da UnB cerca de 60 mil fotogramas (microfilmes de documentos históricos existentes em arquivos da Austria relativos á expedição cientifica austriaca dirigida por Natterer na Amazônia entre 1825 e 1835) e 400 fotografias de peças etnográficas amazônicas existentes no Museum für Völkerkunde, de Viena. A execução conjunta desse projeto criou um bom relacionamento entre a UnB e a UA, o que toma mais fácil a realização de dois cursos de extensão no interior do Estado do Amazonas no decorrer da Expedicão Humboldt. Esses cursos serão organizados pelo Decanato de Extensão da UnB -em cooperacão com a UA - nas cidades amazonenses de São Gabriel da Cachoeira (Rio Negro) e Itacoatiara (Rio Amazonas) por onde a expedição vai passar. Serão cursos de 30 horas de duração, 50 vagas cada um e direito a certificado de conclusão expedido pela UnB. Os 12 professores membros da expedição serão os conferencistas, cada um falando sobre tema de sua especialidade. 0 público-alvo é formado por professores das escolas de 1° grau e 2° grau dessas cidades amazonenses e pelos estudantes dos cursos de graduação que a UA mantem nessas localidades. 0 titulo do curso será Amazônia 2000: laboratório do futuro.

12. A UnB e os 500 anos do Brasil

A Expedição Humboldt - Amazônia 2000 e um projeto do Decanato de Extensão da UnB e do Núcleo de Estudos Amazônicos (Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares). Juntamente com outros projetos que a UnB tem para o 5° centenário do descobrimento do Brasil, a Expedição Humboldt foi aprovada pelo Ministerio da Cultura, tomando-se assim parte integrante das atividades oficiais de comemoração dessa importante data nacional.

 

13. Apoio institucional da Embaixada da Alemanha

0 senhor Hubertus von Römer M. A., conselheiro para assuntos culturais da Embaixada da Alemanha no Brasil, demonstrou muito interesse em ajudar a UnB na preparação da expedição. Por seu intermedio tomamos conhecimento de uma outra atividade associada ao 2° centenário das viagens de Humboldt pelas Americas: uma travessia do Atlántico em veleiro com escalas nos portos da America do Sul, Caribe e America do Norte pelos quais Humboldt passou. Esta viagem não inclui o Orinoco e o rio Negro, não coincidindo com o itinerário da nossa expedição. São complementares e demonstram o interesse que Humboldt desperta na comunidade cientifica intemacional.

 

14. Orçamento

0 custo da Expedicão Humboldt está estimado em 480 mil dólares, dos quais 100 mil serão pagos pela UnB (salários de professores durante 3 meses, equipamentos para pesquisa, cámera de video, ilha de edição do Video, assessor de imprensa, pedagoga encarregada da organização dos cursos de extensão e das artes visuais) e 380 mil por empresa interessada em patrocinar esse importante evento cientifico e cultural. Nesses 380 mil dólares estão incluidos os alugueis dos 3 barcos, o pagamento do salário das tripulações, combustivel, alimentação a bordo, passagens aereas Brasilia/Caracas, Manaus/Caracas, Belem/Brasilia e Belem/Manaus, serviços fotográficos, pagamento do desenhista, dos video makers, do roteirista e edição dos livros. 0 convidado para periodo de tres ou quatro semanas deverá obter sua passagem aerea com sua instituição de origem, ou pagá-la por conta própria. 0 patrocinador terá seu nome associado a todos os produtos finais: palestras, video, exposição fotográfica e de desenhos, livros, reportagens e programas de televisão. 0 custo da impressão e editoração dos dois livros não está incluido neste orcamento e ficará por conta do editor interessado, o patrocinador pagará apenas a viagem gracas á quál os livros serão escritos.

 

15. Equipe

Algumas das pessoas a seguir relacionadas participarão do percurso completo da expedição durante tres meses. Outras virão como convidadas por periodos de tres ou quatro semanas.

Cezar Martins de Sá, 49 anos, professor do Departamento de Biologia Celular da UnB e coordenador do Programa de Pós-Graduacão em Biologia Molecular. Foi professor-visitante no Bumham Institute em San Diego, California e professor-visitante no Institut Jacques Monod, Universite Paris VII. Realizará pesquisa sobre fármacos naturais no combate a doenças neurodegenerativas e cáncer.

Eugen Gander, 57 anos, biólogo, doutor pela Universidade de Basel, Suiça, foi pesquisador visitante da Universidade de Chicago, ex-professor da UnB, atualmente geneticista do Cenargen, onde trabalha com biotecnologia de plantas de interesse económico. Realizará pesquisa sobre o cacau nativo na Amazônia e o fungo vassoura de bruxa.

Jader Marinho, 40 anos, zoologo, professor do Departamento de Zoologia da UnB. Realizará pesquisa na descoberta de novas especies de mamiferos voadores e de sua diversidade biológica na Amazônia. Na área do Parque Nacional do Pico da Neblina fará captura de especies de morcego ainda desconhecidas.

Klaus Scherrer, 65 anos, quimico, Diretor do CNRS, professor do Institute Jacques Monod, da Universidade de Paris VII. Gravará depoimento sobre a importáncia da biodiversidade amazônica.

Francisco Boa Vista Pontual. 40 anos, ecologista com grande conhecimento de parques nacionais e reservas biológicas da Amazônia. Realizará estudos comparados Brasil-Venezuela de politica ambiental e dará depoimento no video sobre o impacto dos desmatamentos e queimadas sobre o meio-ambiente.

Jairo Menegaz, 45 anos, engenheiro-agrónomo, especialista em agro-ecologia, pesquisador-associado do Núcleo de Estudos Amazônicos da UnB. Reaiizará pesquisa sobre sistemas de produção tradicionais e uso da biodiversidade.

Silvio Quesada, 45 anos, fisico, professor do Departamento de Fisica da UnB, fará estudo sobre as relações Brasil-Venezuela com enfase na questão da cooperação cientifica e tecnológica, energia elétrica, petróleo e intercámbio entre universidades.

Victor Leonardi, 56 anos, professor de história da Amazônia na UnB, pesquisador-associado doNúcleo de Estudos Amazônicos, consultor do Museu Amazônico, de Manaus. Realizará a edição do livro de Humboldt, escreverá o roteiro do video-documentário e fará pesquisa sobre o tema história e saúde.

Stephen Grant Baines, professor do Departamento de Antropologia da UnB.

Ana Lange, antropóloga da Secretaria de Coordenação da Amazônia do Ministerio do Meio Ambiente e Amazônia Legal.

Cristina Hochsteiner, antropóloga residente em Viena, Austria, onde se dedica aos estudos brasileiros. Contribuirá para a tradução e edição do livro de Humboldt.

Kelerson Semerene Costa, 33 anos, coordenador do Núcleo de Estudos Amazônicos da UnB, foi professor-visitante na Universidade do Amazonas. Realizará estudos de história ambiental.

Geraldo Sá Peixoto Pinheiro, 46 anos, chefe do Departamento de Histöria da Universidade do Amazonas, especialista em história da Amazônia.

Francisco Jorge dos Santos, 48 anos, diretor do Museu Amazônico, da Universidade do Amazonas.

Memelia Moreira, 51 anos, jomalista com 25 anos de experiencia em questões amazônicas. Escreveu sobre os indios Gorotire, os Yanomami, os Kayapó, os Nambiquara, os Krena Karore, a rodovia Transamazônica, a rodovia Cuiabá-Santarem e inúmeros outros temas relativos á região.

Jose Adelman Correa Torreão, 68 anos, bacharel em direito, especialista em administração financeira pela Fundacão Getúlio Vargas, curso de Foreign Operation nos EUA, professor titular da Universidade do Rio de Janeiro na Faculdade de Ciencias Politicas e Económicas. Curso de Bank Public Relation and Marketing, Chicago. Inspetor Geral da Empresa Brasileira de Correios e Telegrafos. Relações p´´ublicas da expedição e responsável pela produção financeira da mesma.

Juan Pratginestós, 47 anos, fotógrafo, autor de inúmeros trabalhos para o Ibama, WWF e outras instituições. Membro do Núcleo de Estudos Amazônicos da UnB.

Augusto de Almeida Padilha, 28 anos, pesquisador-associado do Núcleo de Estudos Amazônicos da UnB que vem realizando pesquisas sobre problemas contemporáneos na fronteira Brasil, Venezuela, Colômbia: narcotráfico e contrabando de animais silvestres.

Frederico Rego, 28 anos, pesquisador-associado do Núcleo de Estudos Amazônicos da UnB. Realizará pesquisa sobre doenças sexualmente transmissiveis e AIDS em garimpos e áreas indigenas, dando continuidade a projeto que ja vem desenvolvendo para o Ministerio da Saúde, financiado pela Unesco. Tambem participará da equipe encarregada da producão do video na qualidade de tecnico de som e co-roteirista.

Nenilda Marinheiro Leonardi, 56 anos, mestre em pedagogia pela Universidade de Paris X, ex-professora do Departamento de Artes Visuais da Universidade de Brasilia, ja foi chefe de pesquisa e documentação do Centro de Produção Cultural e Educativa da UnB, encarregada da implantação do banco de imagens dessa produtora de videos. Sera a responsável pela organização dos cursos de extensão, pela preparação da exposição de fotografias e desenhos e da parte iconográfica dos livros.

Euclides Macuxi, indio do povo Macuxi de Roraima, coordenador da COIAB -Coordenação das Organizações Indigenas da Amazônia Brasileira.

Isabella Fagundes Braga Ferreira, 28 anos, desenvolve pesquisa sobre arte indigena e artesanato amazônico, pesquisadora-associada do Núcleo de Estudos Amazônicos da UnB, com pós-graduação na Universidade do Amazonas.

Manoel Henrique Bárcio, 66 anos, ex-seringueiro, ja foi dono de barco de pesca no rio Solimões, grande experiencia como ribeirinho em diferentes cidades do estado do Amazonas, da Amazônia peruana e colombiana.

Mauricio de Lima Wilke, indigenista, viveu 15 anos na Amazônia atuando em questões de demarcação de terras indigenas, produção de alimentos e saúde. Trabalhou com indios Yanomami, Macuxi, Wapichana, Krahô, Kaxinauá, Madihá, Shanenaua, Asheninca, Kaiapó, Apinage, Maiongong. Realizará estudo comparado da situação dos indios na Venezuela e no Brasil. Tambem participará da equipe encarregada da produção do video na qualidade de assistente de direção.

Jaime Sautchuk, 45 anos, jomalista, dirigiu vários videos premiados intemacionalmente com produtoras independentes e com o CPCE da UnB, entre eles o documentário Baibma sobre a hidreletrica do rio Uatumá. No rádio, trabalhou na BBC de Londres e, no Brasil, coordenou o Programa de Treinamento de Radialistas do Unicef. Autor de vários livros, dentre eles o Projeto Jari, sobre a Amazônia. Como jomalista atuou em 0 Globo, Folha de S. Paulo, 0 Estado de São Paulo, Veja e Opinião. Dirigirá o video-documentário e será o responsável pela comunicação social da expedição.

Jose Luis, 50 anos, assessor de imprensa da expedição, encarregado da divulgação da mesma em toda a imprensa brasileira e intemacional.

 

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